Entrevistas

 
- Que cheirinho de bolo!!!!
 
Ao entrarmos no prédio já dava pra sentir a deliciosa fragrância de bolo recém assado que nos levava diretamente onde deveríamos estar (pra nossa sorte)!
  
 
E foi nessa atmosfera, entre aromas e texturas que iniciamos nossa entrevista com
o "pequeno" prodígio de apenas 16 anos, Ruy de Almeida Prado Oliveira, aracajuano, estudante do segundo ano do ensino médio.



Eu Também Querooo: Como surgiu a ideia de fazer os cupcakes?

Ruy: Em Outubro de 2011, enquanto passeava pelo shopping, vi um quiosque vendendo bolinhos. Daquele momento em diante, resolvi testar e reproduzi-los. Testei várias receitas da internet que não deram certo. Resolvi então, começar com massa pronta e, atualmente, desenvolvi minha própria massa.
  
 
 ETQ: Como consegue conciliar suas aulas na escola com as encomendas?

 Ruy: Geralmente trabalho às segundas e quartas, forneço para o curso Prime, vendo aos amigos, vizinhos e aceito encomendas variadas.


ETQ: Qual a sua maior inspiração?
 
Ruy: O Buddy, do Cake Boss. Adoro assitir ao programa, me inspira muito, ele é muito criativo e inusitado.
 
 
ETQ: Quais são os principais sabores?
 
Ruy: Bolinhos de baunilha, chocolate, morango, banana com canela, nozes com doce de leite, chocolate com amendoim, blackout (massa de chocolate com recheio de chocolate) e o mais novo, negresco.
  

Atualmente, o Ruy desenvolveu essa deliciosa caixinha com brigadeiros, beijinhos e doce de amendoim, excelente opção de presente pros amigos e pra si mesmo! 
 
 
 
Muito obrigada, Ruy!
Muito sucesso!

Já experimentei grande parte dos quitutes do Ruy e aprovei todos!
Começamos comendo com os olhos, são lindos e o sabor, nem se fala!
  
 
Pra encomendar essas delícias, favor entrar em contato por telefone: 79 - 9941-1455, por e-mail: shopcakes@hotmail.com ou pelo face: RuyShopCakes


 
 
 
 
 
 
 
Nossa "doce" entrevistada é Isaura Maria Ubaldini, que gosta de ser chamada de Isa.
Ela tem 42 anos, é natural de Mogi Mirim - SP e mãe de três filhos.
Trabalha como Cake Designer há 20 anos e é apaixonada pelo que faz.




Eu tambem querooo: Por favor, nos conte um pouco da sua história. Você sempre trabalhou com doces? Como tudo começou?

Isa: Comecei fazendo bolos para os meus filhos devido a dificuldades financeiras, pois na época, não podíamos comprar. Descobri que gostava de bolos "difíceis" e que chantilly e raspas não me alegravam tanto. Depois, foi natural que as pessoas da família me pedissem e assim comecei... Foi muito difícil porque há 20 anos, não tínhamos as facilidades de hoje em dia.



Eu tambem querooo: Como aprendeu sua arte?

Isa: Não existiam cursos em lojas, gratuitos ou nada parecido. Não existiam ferramentas para acabamentos. Hoje em dia tudo é muito mais simples, não é? Acho que na minha cidade fui uma das primeiras a me aventurar em bolos com pasta americana. Não fiz muitos cursos, aprendi sozinha e também com o programa da Marta Ballina, ela era incrível! Depois foi muita luta, porque, apesar de ser muito lindo, é um trabalho de muitas horas, muita dedicação e amor. 









Eu tambem querooo: Sua trajetória profissional é bastante extensa. Conte-nos o que já fez e o que faz atualmente. Quando começou a dar aulas?




Isa: Além das encomendas de bolos que fazia no inicio, meu primeiro desafio foi fazer uma exposição de bolos artísticos, que na época ninguém dava tanta importância como hoje em dia, era novidade mesmo. Fiz bolos hoje chamados de cenográficos, mas na época ninguém fazia ainda. Depois participei de programas de tv. Fui ao programa Mãe, de Gravata do Roni Von, e muitas vezes no programa com a Mirian Sobral. Já fui culinarista de uma editora de revista de culinária. Sou patrocinada da empresa Mago, dei aulas pra eles muitos anos e ministrei muitos cursos aqui no meu estado.





Eu tambem querooo: Você ministra cursos pelo Brasil. Tem alguma programação para ministrar seu curso aqui em Sergipe? Como ele funciona?

Isa: Estou me empenhando muito pra sair Brasil afora com meus cursos, já que dei aulas, mas sempre me dediquei muito mais aos bolos que faço na minha cidade e, cursos aqui por perto no meu estado, mas quero mudar isso. Esse ano estaremos sim, ministrando em Sergipe, sem uma data definida ainda,mas provavelmente por meados de outubro. Estamos programando 3 dias de cursos. Mas as informações serão dadas aqui pelo blog, em primeira mão. Então fiquem ligados nas novidades!!! Beijos!


 
Isa, parabéns pelo seu trabalho, muito sucesso e muito obrigada por nos conceder essa entrevista!
Estaremos aguardando ansiosos pela realização do curso.
Beijos!
 




É com enorme prazer que inauguramos a seção de entrevistas do blog que contará um pouco da experiência de profissionais gabaritados na área gastronômica e afins.
Nosso primeiro e ilustre entrevistado é Joseph Morgan, de 45 anos, natural do Rio de Janeiro, formado em Engenharia Eletrônica pela UFRJ, proprietário de uma empresa de TI com 22 anos de mercado e, Embaixador de Vinhos de Bordeaux para a América Latina desde 2010.
Amante da boa comida e de bons vinhos, Joseph vai nos proporcionar uma deliciosa
conversa sobre um tema tão interessante e ao mesmo tempo tão complexo:
Vinhos.
 
Eu tambem querooo: Como começou seu interesse por vinhos?
 
Joseph Morgan: Desde jovem, sempre tive muito interesse pela comida e o vinho veio como consequência natural. Frequento há anos uma delicatessen em Laranjeiras, cujo proprietário organizava deliciosas degustações, quase que às escondidas, num clima muito intimista. Desde então o meu olhar para o vinho passou a ser outro. Hoje posso dizer que o vinho faz parte da minha vida.


Etq: Quais cursos você fez na área? Há quanto tempo estuda sobre vinhos?
 
J. Minha formação principal foi na ABS-Rio, tendo feito vários cursos, além do básico e avançado, iniciando esse processo em 2003. Depois fiz um curso muito enriquecedor no Languedoc, dentro de uma escola de enologia em Narbonne e reconhecido pelo Governo Francês. Mais recentemente fiz uma formação na escola de vinhos de Bordeaux, já parte do processo de credenciamento como educador credenciado pelo CIVB – Conseil Interprofessionel du Vins de Bordeaux.
 
 

Etq: O investimento para esse tipo de formação é muito elevado?
 
J. Não dá pra dizer que essa formação é barata. Vinho fino é um artigo de luxo no Brasil, mas essa é uma realidade na qual eu faço a minha parte para mudar. Sempre digo aos meus amigos que brasileiro que aprecia o vinho, “gosta mais” do que o europeu, porque pagamos muito mais pelo mesmo produto. Voltando para a formação, se o interesse for profissional, entidades como a ABS, oferecem cursos a preços subsidiados, de muito boa qualidade na forma e no conteúdo.
 
 
Etq: Como foi a seleção da CIVB? Quais são suas atividades principais como embaixador de vinhos de Bordeaux? O que esse título exige de você?
 
J. Em 2010 o CIVB fez um Road Show nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte com o intuito de selecionar 10 embaixadores. O processo consistia em envio de currículo, prova escrita e entrevista com um representante do CIVB deslocado do México para essa seleção. Fiquei em primeiro lugar na prova escrita no Rio de Janeiro e optei pela entrevista em francês. Acho que o domínio da língua francesa ajudou também, mas não foi decisivo (até porque a formação em Bordeaux foi em Inglês junto com pessoas de várias partes do mundo). No final, foram selecionadas 4 pessoas, sendo que atualmente somos 3 embaixadores para a América Latina (2 no Rio e 1 em São Paulo).
Temos o compromisso de realizar palestras e seminários (pelo menos 6 por ano), falando sobre a região, suas castas, denominações de origem, enfim, tudo que cerca o mundo do vinho bordalês.
 
 
Etq: Você só trabalha com regiões de origem controlada? Pode nos falar algo sobre isso?

J. Sim. Em 1936 a França fundou o INAO, Instituto Nacional de Denominação de Origem, com o objetivo de estabelecer regras de produção, proteger a marca, a qualidade e desenvolver um conceito muito valorizado atualmente que é a indicação de procedência. Entendam que não existe necessariamente uma escala de AOC (Denominação de Origem Controlada) aonde uma seja melhor do que a outra. O objetivo da AOC é proteger o “DNA” de um vinho produzido em uma determinada região, estabelecendo as castas permitidas, o rendimento máximo (rendimento está associado a qualidade), tempo de amadurecimento na cantina, teor mínimo de álcool, assim como técnicas de plantio e produção. Tudo isso pra tentar manter uma “assinatura”, um estilo e não um padrão homogêneo.


Etq: Como são classificados os vinhos de Bordeaux?
 
J. Bordeaux é a maior região produtora de vinhos AOC’s da França com 60 denominações de origem. Possui AOC’s regionais como Bordeaux, Bordeaux Superiéur, Médoc , Haut-Médoc, Côtes de Bordeaux, Graves e Entre-deux-Mers. Existem também as AOC’s de comuna como Saint-Émilion, Pomerol, Pauillac, Margaux, dentre outras. Em geral as denominações de comuna são menores, com produção mais controlada e um caderno de encargos mais rigoroso a ser seguido. Consequentemente, de um modo geral (generalizações são perigosas no mundo do vinho), produzem vinhos de melhor qualidade e mais caros, mesmo para os franceses, que consomem em vasta maioria os vinhos regionais.



Etq: Os vinhos de Bordeaux são em sua maioria tintos? Quais são as principais cepas utilizadas na produção?

J. Sim, em sua maioria são tintos porque o clima temperado favorece o cultivo de cepas como merlot , cabernet sauvignon , cabernet franc, malbec (chamada de côt por lá) e a carmenère. Essas são as principais castas que compõem o corte bordalês. Dentre as brancas temos a sauvignon blanc, sémillon e a muscadelle.
 


Etq: Os vinhos rosés são feitos com algum tipo de uva específica? Os rótulos não são tão variados quanto os tintos, brancos e espumantes ou não são tão populares?
 
J. Os rosés são sempre produzidos a partir das castas tintas, aonde o mosto fica em contato com as cascas por pouco tempo, apenas o suficiente para passar um pouco de cor para o vinho. Depois o processo segue como a vinificação do branco. Apenas a AOC Bordeaux admite o vinho o rosé, de modo que a oferta de rosés em Bordeaux é limitada. Devo citar o Bordeaux claret, que é um vinho que fica no caminho entre o rosé e o tinto, tendo sido produzido por muitos e muitos anos na região. Vale a pena experimentar!



Etq: Podemos degustar bons vinhos a um preço acessível? Muitas pessoas acreditam que somente os vinhos muito caros são bons.
 
J. Acredito que à medida que gostamos de vinho e vamos nos interessando realmente por ele, passamos por um processo de desmistificação dessa bebida, bebendo com simplicidade e buscando o que ele realmente tem para oferecer. Falando de Bordeaux a minha recomendação é que se busque os vinhos de AOC’s com menos marketing à sua volta como as Côtes de Bordeaux, as denominações satélites de Saint-Émilion (Lussac Saint-Émilion, Saint-Georges Saint-Émilion, Montagne Saint-Émilion, Puisseguin Saint-Émilion) e as denomições de comunas menos conhecidas como Fronsac, Moulis e Listrac. Procurem esses nomes nos catálogos dos importadores, que vocês verão preços abaixo de dois dígitos e de muito boa qualidade.
 


Etq: Os vinhos brasileiros estão se colocando no mercado, como os produzidos no sul do país e no Vale do São Francisco. Qual é a sua opinião sobre eles?
 
J. Se tivesse que escalar uma “Seleção Brasileira”, certamente iria colocar no time titular os nossos espumantes que fazem bonito em qualquer degustação às cegas. A região de Pinto Bandeira abriga excelentes produtores de espumantes que hoje são conhecidos como Vinhos da Montanha. O sul do Brasil é muito importante pra nossa vinicultura, tendo o Vale dos Vinhedos como a primeira região com “denominação de procedência” local aonde a cultura do vinho é muito desenvolvida, com produtores que já deixaram pra trás o pensamento de volume e entendem que menos é mais. Chamo a atenção para os vinhos das regiões mais altas de Santa Catarina, como São Joaquim, que fica entre 850 e 1400 metros de altitude. São vinhos de muita elegância e delicadeza. Sem falar, como você citou, no Vale do São Francisco, que mostra que motivação e vontade, aliados a seriedade e talento superam obstáculos, a princípio intransponíveis.
 


Etq: Com certeza você deve ter um paladar super apurado. Pode nos falar um pouco sobre harmonização de vinhos com refeições? Existem regras?
 
J. Hummm, desse assunto eu gosto! Numa abordagem tradicional, sim, existem regras. Mas não se deixe “engessar” por elas. Devemos usá-las de modo a nos facilitar e não nos travar. Existem harmonizações clássicas, em que a regra é justamente a harmonização pela oposição. Estranho não? Experimente um Sauternes com um foie-gras e veja que nem sempre 1+1 = 2 ! Aliás, numa das visitas à região de Sauternes em Bordeaux, tive uma experiência inesquecível na cozinha de uma vinícola muito tradicional, que convidou um chef da região para preparar 14 pequenos pratos para nos mostrar que o vinho doce pode ir muito além do que apenas escoltar uma sobremesa. A regra mais importante de todas é: experimente, ouse, não tenha medo de errar.
 
 

Etq: Quais são seus planos nessa área? Já pensou em mudar de ramo e se dedicar em tempo integral à enogastronomia?
 
J. Isso sempre passa pela minha cabeça. De certa forma estou sempre pensando em vinhos, assino newsletters, dou dicas aos meus amigos, monto roteiros de viagem, etc. Mas ainda não me enxergo qual posição gostaria de ocupar profissionalmente...Acho que ainda dá tempo de esperar a vida me mostrar (rsrsrs).



Etq: Tem alguma pretensão de ministrar cursos e palestras aqui no nordeste? Estamos bastante empenhados na profissionalização da categoria, seria um prazer recebê-lo.
 
J. Minha missão como Embaixador de Vinhos de Bordeaux é divulgar a região e seus vinhos. Ficaria em feliz em fazer algumas palestras no nordeste, pois seria uma forma de alcançar pessoas e profissionais que não têm facilidade de vir ao Rio ou São Paulo. Vamos tocar esse projeto?

Com certeza, Joseph!
Gostaria de agradecer primeiramente ao Otávio Manoel por nos colocar em contato, propiciando essa entrevista maravilhosa que fizemos via e-mail. Muito obrigada por dividir conosco seu conhecimento no assunto de forma tão prazerosa e interessante.
Parabéns e sucesso em todos os seus projetos.